Ainda utilizando-se da absorção dos fragmentos do texto do dramaturgo Tennessee Williams...
Para me organizar melhor, preciso recapitular. Primeiro, na aula de Corpo selecionamos algumas frases do referido texto, que nos serviu como fala interna física, a partir da seleção, elaboramos uma partitura corporal representando o que introjetamos da absorção, os desenhos corporais basearam-se nos movimentos que fizemos nas técnicas de preparação do corpo.
Depois, na aula de Voz demos o fôlego para esse corpo, baseado ainda no material físico (o texto). Criamos uma identidade, uma partitura vocal, regrada de sons arrítmicos e irregulares, porém, apreendidos nas técnicas de expansão vocal.
Por último, nos foi dado um dever de casa: inserir os sons numa narratividade. Estudar a estética sonora e vasculhar os escombros de nosso pensamento para encontrar palavras em que este som possa se inserir, mas de maneira orgânica, e para esse efeito de organicidade acontecer, é preciso criar uma relação com essa narratividade, logo, o material físico deverá ser "esquecido" e a fala interna ser um produto nosso.
Para relembrar, estas foram as frases que selecionei:
"Quando eu cantava..."
"... calar a boca."
"...todos os namorados dela."
"Agora eu sou popular..."
"Como eu danço bem."
"...medo..."
Pois bem, hora de ir para casa. Talvez não tenha ficado claro o que eu deveria fazer. Sentei e tentei fazer os sons e para cada um procurar uma narrativa, uma palavra, uma verbalização, em dois casos até que consegui, mas ainda estava vazio, não estava cênico, não consegui criar uma relação com a palavra utilizando-me dos recursos da fala interna, por exemplo. Não fazia sentido para mim.
Confesso não ser tão persistente, porém, durante cada dia da semana o dever de casa vinha à tona querendo ser realizado. Tentei, então, criar primeiramente as falas internas para depois externá-las, mas também não conseguia. Eu realmente estava confuso.
Me entreguei à minha limitação e decidi esperar o dia da aula para ter mais esclarecimentos. Percebi que a grande maioria não conseguiu realizar a atividade também. A professora até explicou que é muito mais fácil olharmos de fora e darmos texto à partitura vocal do outro, do que olharmos de dentro e fazermos o mesmo com a nossa partitura. Eu confirmei isso muito bem.
Na aula, alguns alunos apresentaram sua elaboração, entretanto, quase todos com ressalvas, ou seja, estava mesmo um tano confuso a atividade para quem nunca teve contato com essa proposta antes. Procurando sanar as dificuldades, a professora orientou que em duplas faríamos a atividade. Daríamos uma narratividade à partitura vocal do outro.
Na aula, alguns alunos apresentaram sua elaboração, entretanto, quase todos com ressalvas, ou seja, estava mesmo um tano confuso a atividade para quem nunca teve contato com essa proposta antes. Procurando sanar as dificuldades, a professora orientou que em duplas faríamos a atividade. Daríamos uma narratividade à partitura vocal do outro.
Seria menos difícil, mas quando percebi que minha dupla foi o San, entrei numa enrascada, porque ele sempre elabora partituras bastante complexas, velozes, explosivas e cômicas. Me vi desafiado e partilhei do meu sentimento com ele. Ser humano de luz.
Pois bem, começou com ele. Fiz minha partitura vocal a fomos construindo juntos a narrativa. Ele conseguiu fazer um ótimo trabalho. Minha vez agora. Ele fazia sua partitura e claro que eu pedia para repetir diversas vezes. Também construímos juntos o texto.
A primeira frase não consegui exatamente utilizar do som, mas o desenho da voz, se é que isso existe. Gravei um vídeo para ficar melhor a ilustração:
A primeira frase não consegui exatamente utilizar do som, mas o desenho da voz, se é que isso existe. Gravei um vídeo para ficar melhor a ilustração:
Um pouco sobre o vídeo. É uma situação um tanto lúdica. Existe o personagem do "menino teimoso, desobediente, perturbado e abusado" que desrespeita os adultos e vai ao Campo Santo mal assombrado. Lá ele faz um "cocozão" e quando tenta voltar para casa esse cocô anda, canta e pula atrás dele. É um conto muito engraçado que faz parte do meu repertório como Tio Allan.
Esperemos a próxima aula para saber se está certo ou não. Até lá!
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