"Eu vi muitos cabelos brancos na fronte do artista
O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo, do fogo das coisas que são
É o sol, é a estrada, é o tempo, é o pé e é o chão."
Esse poderoso fragmento da música "Força Estranha" de Caetano Veloso, é a melhor síntese que externa tamanho êxtase que senti no momento em que assistia ao vídeo sobre a aula de corpo da segunda semana de fevereiro, gravado e editado pela minha colega de sala e talentosíssima artista, Juliana Reali. Aula esta em que não pude - lamentavelmente - estar.
Tanta abstração me empolga. Tamanha dilatação corporal me emudece para que com olhos marejados eu me permita fruir de toda aquela diegese traduzida por mim e para mim, trazendo à tona conteúdos intrínsecos, emoções despidas que exalam o doce perfume da certeza, a incontestável certeza de que a linguagem cênica é um percurso sem volta para acessar o nosso inconsciente.
É tão revelador... o corpo é tão comunicativo, que nas partituras mais tênues presentifica-se o nosso eu, por vezes muitas na instrumentalidade cênica, na técnica, mas na genuinidade que ninguém nos tira: a nossa alma. Até porque o corpo cênico não é dicotomizado. Somos um ao representar um outro. E é sobre essa unicidade humana que quero expor tudo que vi da aula que faltei.
PARTITURAS DE DENTRO
Allan Maykson
Eu vi uma leveza marcante
a timidez arredia
o medo que cerca
a fuga, a queda.
Eu vi a morte matando
também vi a morte morrida
a fraqueza e a raiva
a alma ferida.
Eu vi o silêncio agudo
a desistência.
Eu vi a união de mil mundos
a indecência.
Eu vi a cesura na mão
uma pausa e um tapa.
Eu vi um olhar de agressão
vi mil almas libertas.
Eu a vi declaração
o abraço e o riso.
Eu vi muito mais compaixão
do que vi egoísmo.
Eu vi não uma possessão
mas o puro sentimento.
Eu vi muito mais emoção
que razão. Mais que o cênico.
Eu vi um mundo de amor próprio
na íntima relação
entre o eu
e seu empoderamento.
25 de fevereiro de 2016
O tempo não para e no entanto ele nunca envelhece
Aquele que conhece o jogo, do fogo das coisas que são
É o sol, é a estrada, é o tempo, é o pé e é o chão."
Esse poderoso fragmento da música "Força Estranha" de Caetano Veloso, é a melhor síntese que externa tamanho êxtase que senti no momento em que assistia ao vídeo sobre a aula de corpo da segunda semana de fevereiro, gravado e editado pela minha colega de sala e talentosíssima artista, Juliana Reali. Aula esta em que não pude - lamentavelmente - estar.
Tanta abstração me empolga. Tamanha dilatação corporal me emudece para que com olhos marejados eu me permita fruir de toda aquela diegese traduzida por mim e para mim, trazendo à tona conteúdos intrínsecos, emoções despidas que exalam o doce perfume da certeza, a incontestável certeza de que a linguagem cênica é um percurso sem volta para acessar o nosso inconsciente.
É tão revelador... o corpo é tão comunicativo, que nas partituras mais tênues presentifica-se o nosso eu, por vezes muitas na instrumentalidade cênica, na técnica, mas na genuinidade que ninguém nos tira: a nossa alma. Até porque o corpo cênico não é dicotomizado. Somos um ao representar um outro. E é sobre essa unicidade humana que quero expor tudo que vi da aula que faltei.
Allan Maykson
Eu vi uma leveza marcante
a timidez arredia
o medo que cerca
a fuga, a queda.
Eu vi a morte matando
também vi a morte morrida
a fraqueza e a raiva
a alma ferida.
Eu vi o silêncio agudo
a desistência.
Eu vi a união de mil mundos
a indecência.
Eu vi a cesura na mão
uma pausa e um tapa.
Eu vi um olhar de agressão
vi mil almas libertas.
Eu a vi declaração
o abraço e o riso.
Eu vi muito mais compaixão
do que vi egoísmo.
Eu vi não uma possessão
mas o puro sentimento.
Eu vi muito mais emoção
que razão. Mais que o cênico.
Eu vi um mundo de amor próprio
na íntima relação
entre o eu
e seu empoderamento.
25 de fevereiro de 2016
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