sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

AI. A REGRA.

A regra geral era improvisar... 

Grupos de no máximo 5 pessoas com a missão de representar um jogo teatral. O jogo poderia ter uma ou mais regras, elas poderiam ser ocultas, mais tênues ou estampadas na "cara do espectador". Também era preciso de um ponto de conflito, quer seja para uma quebra entre uma situação e outra, quer seja para provocar uma reação em que a regra se aplicasse.

     Apesar de todos esses detalhes, estávamos fazendo jogos de improvisação, ou seja, a regra geral é improvisar, interpretar algo que não foi previamente pensado, escrito, elaborado. O grande barato dos jogos teatrais é exatamente a surpresa, o inesperado, que quase sempre gera o cômico. Mas esse não é objetivo principal, é sim construir um repertório para o autor, de situações, de ações, de reações, e de muitos outros recursos, sobre os quais pretendo discorrer em breve.


     Ah! Me esqueci de escrever uma outra regra no primeiro parágrafo, a tríade norteadora dessa poética: O QUÊ, QUEM e ONDE. Vamos conhecer o que eu e meus outros 4 colegas preparamos.


     O QUÊ - disputa pela garota do baile.

     QUEM - quatro amigos e uma garota.
     ONDE - num famoso baile de favela.
     A REGRA - devemos começar nossas falas com a sílaba "AI".
     O CONFLITO - tiroteio.

   É lícito salientar que em uma improvisação não se ensaia o acontecimento, senão caracteriza dramaturgia ou teatro. Podemos estudar a tríade para apreendermos nossa expressão para aquele dado contexto, mas as situação não devem ser previamente criadas, senão torna-se uma cena estruturada fugindo, portanto, do objetivo dos jogos.


    Foi engraçado... Não a representação, mas a construção. Estávamos desesperados e ansiosos para saber o que iríamos propor no espaço cênico. Mudamos diversas vezes a tríade, quase que confundimos a nossa própria personalidade de tantos personagens que criamos para nós. Após chegarmos a uma conclusão percebemos que nossos colegas estavam "ensaiando" algumas coisas e emergiu aquela preocupação: MÊ-U DÊ-US, o que faremos? E agora? . As representações começaram e aos sussurros tentávamos organizar o que faríamos, mas não deu certo, a professora pediu silêncio.


     Hora de ir para o "palco". Tendo as regras do jogo claras, começamos. O D. fez o papel da garota do baile. Até tínhamos uma menina no grupo, uma única menina, mas ela se recusou a fazer o papel feminino. Interessante esse choque de visualidade, essa troca de gênero. Marca muito a ousadia que é o teatro. Cada um entrava com sua frase sempre começada em "Ai", a casa um que ia, as cantadas e os toques ficavam mais calientes. Por último foi a nossa querida mulher do grupo e a mais ousada. Deu um "beijo" na "garota" e levou o prêmio da noite.


    Como um lindo final feliz, tiroteio na festa e se quer a alma dos "machões" do baile! 


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