"Tudo que move é sagrado e remove as montanhas com todo cuidado, meu amor"
Se quer consigo começar a descrever a aula ouvindo a música de Beto Guedes e Ronaldo Bastos, "Amor de Índio", com a belíssima interpretação de Maria Gadú. Podemos experimentar ler esta postagem ouvindo. Vamos?
Nesse dia me atrasei. Teria prova, me distraí estudando. Na verdade me empolguei. Chegando do GMICA aviso o início de um gran círculo no tatami, íamos experimentar no corpo os poemas que fossem recitados. Pois bem, jogamos em cada canto do chão as impressões e os celulares com as nossas poesias que diziam muito de nós. A partir de nosso treinamento energético (empurrar, furar, torcer, segurar e largar) íamos criar nosso material interno por meio das ferramentas teatrais como a visualização, substituição, falas internas, imagens internas, enfim, comecemos trabalho, aquele que eu não fazia ideia de que ia me causar tanta exaustão.
O AQUECIMENTO E O QUE CONVIR
Já descrito nas postagens anteriores, o aquecimento consiste em girar as articulações em velocidades aleatórias, ou variando o ritmo, dependendo do comando. Depois tapeamo-nos dos pés à cabeça, esfregamo-nos e jogamos as más energias no centro da roda. Os pés sempre devem estar entreabertos e os joelhos entre-dobrados.
Depois de aquecidos é hora de imprimirmos no nosso corpo os poemas à serem lidos sem nos esquecer das ações do treinamento: empurrar, furar, torcer, segurar e largar. Cada um pegava seu poema aleatoriamente do chão e se diria ao microfone situado ao lado de um tambor. Sim, um poderoso tambor que não sei se era um "surdo".
Me autossabotei com o poema. Eu queria mesmo era ler o poema da minha vida, de Victor Hugo, mas acabei deixando uma página aberta com meus poemas mesmo porque estava receoso em ler algo tão extenso, depois percebi que isso não tinha nenhum problema. Quero mostrar o poema ideal, esse que nunca encontrei um título, apenas POEMA ou então DESEJO, tudo um tanto incerto:
DESEJO
Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim
Mas se for, saiba ser sem se desesperar
Desejo também que tenha amigos
Que mesmo maus e inconseqüentes
Sejam corajosos e fiéis
E que pelo menos em um deles
Você possa confiar sem duvidar
E porque a vida é assim
Desejo ainda que você tenha inimigos
Nem muitos, nem poucos
Mas na medida exata para que
Algumas vezes você se interpele
A respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles
Haja pelo menos um que seja justo
Desejo depois, que você seja útil
Mas não insubstituível
E que nos maus momentos
Quando não restar mais nada
Essa utilidade seja suficiente
Para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante
Não com os que erram pouco
Porque isso é fácil
Mas com os que erram muito e irremediavelmente
E que fazendo bom uso dessa tolerância
Você sirva de exemplo aos outros
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais
E que sendo maduro
Não insista em rejuvenescer
E que sendo velho
Não se dedique ao desespero
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor
Desejo, por sinal, que você seja triste
Não o ano todo, mas apenas um dia
Mas que nesse dia
Descubra que o riso diário é bom
O riso habitual é insosso
E o riso constante é insano.
Desejo que você descubra
Com o máximo de urgência
Acima e a respeito de tudo
Que existem oprimidos, injustiçados e infelizes
E que estão bem à sua volta
Desejo ainda
Que você afague um gato, alimente um cuco
E ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque assim, você se sentirá bem por nada
Desejo também
Que você plante uma semente, por menor que seja
E acompanhe o seu crescimento
Para que você saiba
De quantas muitas vidas é feita uma árvore
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro
Porque é preciso ser prático
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele na sua frente e diga:
"Isso é meu"
Só para que fique bem claro
Quem é o dono de quem
Desejo também
Que nenhum de seus afetos morra
Por eles e por você
Mas que se morrer
Você possa chorar sem se lamentar
E sofrer sem se culpar
Desejo por fim
Que você sendo homem, tenha uma boa mulher
E que sendo mulher, tenha um bom homem
Que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes
E quando estiverem exaustos e sorridentes
Ainda haja amor pra recomeçar
E se tudo isso acontecer
Não tenho mais nada a lhe desejar
Em outra oportunidade direi o porquê de esse poema ser sempre a minha referência para vida.
Me deu vontade de ler para preencher o vazio, o lugar vago, a pausa, o silêncio, então escolhi um poema que havia feito naquela madrugada mesmo, um que não tem título, mas tem endereçado e tem o remoer de um amor não vivido:
Me deu vontade de ler para preencher o vazio, o lugar vago, a pausa, o silêncio, então escolhi um poema que havia feito naquela madrugada mesmo, um que não tem título, mas tem endereçado e tem o remoer de um amor não vivido:
Enquanto líamos os poemas, tocava a música e
soava o tambor
ora impetuoso
ora suave.
Assustava os ouvidos
com seu tom grave.
Ora emergia a força
para eu imergir-me fraco
Ora emergia fraco
para manter-me forte.
Soava o tambor
ao sabor dos passos
dos lados
dos tempos
dos ventos
do suor nos lábios
no corpo
todo suculento.
Ora lento
ora rápido
verossímil ao ritual sacro
da morte
do sacrifício
do mato
matado
morrido.
Soava o tambor dorido
anunciava o martírio
denunciava o comando
lançador de imagens
de cenas
de ilusões
raiz das gritarias internas
e substituições.
Soava o tambor
no compasso seu-e-meu
e me lembrava as velas
me soltava as feras
me mandava esferas
para eu pisar.
Era o tambor
que soou quando devia parar
que tocou para o corpo embalar
para a alma enfadar
não parou para eu me libertar
se libertou
quando não pude mais dançar.
Cumpriu o seu papel:
morreu o som
para a catarse se manifestar.
O TAMBOR
Allan Maykson
24 de abril de 2016
Desafiador era lidar com o cansaço por conta das ações físicas e depois ler o material no microfone como se não estivéssemos exaustos. Esse é um desafio à ser vencido. Preparo físico, exercícios, auto-controle, equilíbrio. O corpo precisa parar, mas a pulsação continua encapsulada internamente. Na hora de ler o poema precisamos nos despir de uma pessoa in ação, para vestirmo-nos de outra pessoa in ação. O bios-cênico mantém-se orgânico, trabalhando e encapsulando aquela energia para dar vasão ao eu-leitor.
Assim correu essa parte da aula, o treinamento com as ações físicas sob as visualidades causadas pelos poemas e pelo tambor.
OS CAMPOS DE VISÃO
Não paramos! Em determinado momento quando já extremamente exaustos, a professora nos pediu o campo de visão. Agora toda aquela energia despertada se concentraria na ação do outro, mas os poemas e o tambor continuavam por nos levar a fazermos o trabalho de substituição, ou visualização, a ferramenta que for.
Um grande campo de visão. Toda a a turma. A diversidade de estímulos sonoros presente no espaço cênico inspirava o líder muitas vezes com movimentos acelerados, rígidos, e algumas vezes leves, plumados. Em alguns minutos, dividi-se o grupo em dois campos de visão, dois líderes, duas interpretações ou absorções diferentes dos estímulos externos. Dois corpos extensos e muitas visualidades, cada um na expressão da sua dilatação, da sua expansão.
Não mais tarde, mais uma vez forma-se outro campo de visão e mais outro tomando todo o espaço com diversos conteúdos internos. Devo imaginar que foi lindo, porque há uma beleza estridente no campo de visão quando uno, não posso dizer quando temos várias ilhas então, vários corais percorrendo e preenchendo o espaço. Ora os campos de chocavam, um passava por dentro do outro, um verdadeiro acasalamento visual, um entranhando no outro. Tomávamos todos os espaços, todas as alturas, as superfícies.
Para me desafiar, creio, a professora me pediu para ser líder e continuei naquela função por bastante tempo. Apesar de eu estar quando que morto e sem corpo, eu precisava ir até o fim, para me conhecer, para me desafiar também, para entender minhas limitações, para não deixar meus outros dois parceiros à mercê, afinal, no campo de visão no estado de líder, não levamos só nosso corpo, ou, na verdade, podemos dizer que possuímos um corpo com partes independentes, mas que desejam te seguir, não deixar com que o movimento-coral fique desarmônico. Muitos estímulos externos imergiam, me sacudiam por dentro, me agrediam até, eu senti as dores, o voar, o abandono, a timidez e do tambor os rumores. Magnífico.
SOBRE AS IMPRESSÕES QUE O TAMBOR ME CAUSOU
Para me desafiar, creio, a professora me pediu para ser líder e continuei naquela função por bastante tempo. Apesar de eu estar quando que morto e sem corpo, eu precisava ir até o fim, para me conhecer, para me desafiar também, para entender minhas limitações, para não deixar meus outros dois parceiros à mercê, afinal, no campo de visão no estado de líder, não levamos só nosso corpo, ou, na verdade, podemos dizer que possuímos um corpo com partes independentes, mas que desejam te seguir, não deixar com que o movimento-coral fique desarmônico. Muitos estímulos externos imergiam, me sacudiam por dentro, me agrediam até, eu senti as dores, o voar, o abandono, a timidez e do tambor os rumores. Magnífico.
SOBRE AS IMPRESSÕES QUE O TAMBOR ME CAUSOU
Meu pensamento logo recorreu ao texto que estudamos na aula de voz "O Som e o Sentido", de José Miguel Wisnik, no capítulo "Som e Sacrifício", que trata do ato sacrificial para a produção do som.
O tambor me levou ao primitivo, era um produtor de ruído que desconsertava os arranjos já desconsertados da música ambiente e a leitura do poema. Me remetia ao selvagem, também ao mundo modal, como citado no texto, em que as músicas eram vividas como experiência do sagrado.
De repente eu me via enquanto fera. Um dos poemas discorria sobre a hipocrisia humana, o desvalor, e voltava-se depois para a essência da vida, outro remetia à liberdade e para ela dava símbolos como a borboleta, o pássaro, o livre arbítrio... o tambor sempre me direcionava a viver um eu-fera, um eu-bicho e poucas vezes um eu-homem, como se eu não me orgulhasse de o ser.
Me veio à tona com soar do tambor o que cita no texto que, animais eram sacrificados para produzir instrumentos e o ruído era sacrificado para sobrevir o som, portanto, toda história do som abriga-se no colo inerte do símbolo sacrificial.
A CONVERSA FINAL
Considerando nossa exaustão, em determinado momento estava explícito que muitos de nós saímos do bios-cênico, isso implica dizer que calamos os conteúdos internos que davam visualidade e plasticidade para um corpo cênico, demos voz a pensamentos que nos presentificavam enquanto atores-mortos-de-cansados. Podemos afirmar que trocamos nossa fala interna para "estou cansado", "nossa, a professora não vai parar nunca?", "não vai chegar ao fim não?", obviamente esse tipo de pensamento exerce efeito no corpo, porque o interno e o externo estão em jogo todo o tempo. Por isso é importante o exercício constante do estímulo interno para isso possa vazar no corpo e ele poder se sustentar nas ações físicas, ao mesmo tempo o corpo enquadra conteúdos externos com o que estamos colocando internamente.
Quando nos perdemos no meio da ação, a melhor ferramenta é usar da substituição, porque todo sujeito tem uma questão urgente, essa questão precisa ser colocada no treinamento, isso nos faz manusear-nos internamente, manusear o universo do eu. Preciso criar substituições para dar corpo aos estímulos externos, preciso dialogar com o interno para poder dilatar.
A dilatação técnica-corporal exige o joelho dobrado, a posição do surfista, do capoeirista, do lutador, do dançarino de rock, do bailarino, de todos que trabalham com o corpo. Essa posição permite maior dilatação dos movimentos, mais exploração do espaço, mais plasticidade corporal, promove outras visualidades, as de um corpo extra-cotidiano, por exemplo, que é o caminho pelo qual devemos caminhar quando expostos a um treinamento de ator.
Sobre o preparo físico enquanto estivermos lendo o poema. Precisamos aplicar intensidade, articulação e uma fala interna enquanto eu falo meu poema, uma fala que sirva de estímulo interno para aquele poema, para a voz dilatar. Precisa ter uma lavanca interna: pra quem estou dizendo esse poema? Que imagens ele me traz para sustentar esse poema?
A questão da substituição
Sendo justo comigo e com meu processo de construção, confesso que a substituição me é uma ferramenta à ser desenvolvida ainda, talvez por falta de clareza conceitual. Agora menos porque ao discorrer sobre isso na conversa final, esclareci uma dúvida.
A substituição não é um enquadramento interno para cada ação, mas é todo um universo interno em que as externalidades serão inseridas. A substituição é um contexto, um contexto imaginário (não digo irreal porque se trata de dar vasão a um fato da própria vida do ator.), um contexto real contida na memória cerebral e na corporal também, por que não?!
Portanto, a substituição não é um pensamento periférico, desconexo, isolado, dicotomizado, fatorado, possui uma linearidade, uma dialogicidade com o externo, o externo é um campo de estímulos, de várias ideias, de vários conteúdos a serem organizados com a substituição.
Analisemos estes movimento:
1. ação leve com as mãos;
2. passos largos; e
3. rolar no chão.
Não podemos fazer substituições isoladas como (1) um passarinho feliz, (2) um gigante apressado e (3) uma bola descendo um morro, respectivamente. Todos os três movimentos precisam estar no mesmo contexto, ou seja, no mesmo plano de substituição. Vejamos outro exemplo:
Os três movimentos num contexto de amor platônico, poderiam organizar-se respectivamente em (1) tocar o rosto do amado à distância, (2) correr atrás dele sem que ele perceba, (3) odiar-se por não conseguir alcançá-lo.
Podemos perceber que todas as ações foram inseridas num só contexto, ou seja, numa só substituição. O enquadramento interno abarca toda uma sequência de ações de determinado universo.
Por fim, foi pontuado na aula a respeito de a substituição ou as outras ferramentas do treinamento quando utilizados no campo de visão imprimirem diferentes figuras faciais em cada um. Achei o comentário muito feliz, porque no campo de visão quase sempre não é possível ver a expressão do líder, então, temos de enquadrar a nossa verdade e não se esquecer que se trata de uma ação orgânica em que todo o corpo está inserido, portanto, as expressões faciais também carecem de ser alimentadas com esse encapsulamento interno.
O tambor me levou ao primitivo, era um produtor de ruído que desconsertava os arranjos já desconsertados da música ambiente e a leitura do poema. Me remetia ao selvagem, também ao mundo modal, como citado no texto, em que as músicas eram vividas como experiência do sagrado.
De repente eu me via enquanto fera. Um dos poemas discorria sobre a hipocrisia humana, o desvalor, e voltava-se depois para a essência da vida, outro remetia à liberdade e para ela dava símbolos como a borboleta, o pássaro, o livre arbítrio... o tambor sempre me direcionava a viver um eu-fera, um eu-bicho e poucas vezes um eu-homem, como se eu não me orgulhasse de o ser.
Me veio à tona com soar do tambor o que cita no texto que, animais eram sacrificados para produzir instrumentos e o ruído era sacrificado para sobrevir o som, portanto, toda história do som abriga-se no colo inerte do símbolo sacrificial.
A CONVERSA FINAL
Considerando nossa exaustão, em determinado momento estava explícito que muitos de nós saímos do bios-cênico, isso implica dizer que calamos os conteúdos internos que davam visualidade e plasticidade para um corpo cênico, demos voz a pensamentos que nos presentificavam enquanto atores-mortos-de-cansados. Podemos afirmar que trocamos nossa fala interna para "estou cansado", "nossa, a professora não vai parar nunca?", "não vai chegar ao fim não?", obviamente esse tipo de pensamento exerce efeito no corpo, porque o interno e o externo estão em jogo todo o tempo. Por isso é importante o exercício constante do estímulo interno para isso possa vazar no corpo e ele poder se sustentar nas ações físicas, ao mesmo tempo o corpo enquadra conteúdos externos com o que estamos colocando internamente.
Quando nos perdemos no meio da ação, a melhor ferramenta é usar da substituição, porque todo sujeito tem uma questão urgente, essa questão precisa ser colocada no treinamento, isso nos faz manusear-nos internamente, manusear o universo do eu. Preciso criar substituições para dar corpo aos estímulos externos, preciso dialogar com o interno para poder dilatar.
A dilatação técnica-corporal exige o joelho dobrado, a posição do surfista, do capoeirista, do lutador, do dançarino de rock, do bailarino, de todos que trabalham com o corpo. Essa posição permite maior dilatação dos movimentos, mais exploração do espaço, mais plasticidade corporal, promove outras visualidades, as de um corpo extra-cotidiano, por exemplo, que é o caminho pelo qual devemos caminhar quando expostos a um treinamento de ator.
Sobre o preparo físico enquanto estivermos lendo o poema. Precisamos aplicar intensidade, articulação e uma fala interna enquanto eu falo meu poema, uma fala que sirva de estímulo interno para aquele poema, para a voz dilatar. Precisa ter uma lavanca interna: pra quem estou dizendo esse poema? Que imagens ele me traz para sustentar esse poema?
A questão da substituição
Sendo justo comigo e com meu processo de construção, confesso que a substituição me é uma ferramenta à ser desenvolvida ainda, talvez por falta de clareza conceitual. Agora menos porque ao discorrer sobre isso na conversa final, esclareci uma dúvida.
A substituição não é um enquadramento interno para cada ação, mas é todo um universo interno em que as externalidades serão inseridas. A substituição é um contexto, um contexto imaginário (não digo irreal porque se trata de dar vasão a um fato da própria vida do ator.), um contexto real contida na memória cerebral e na corporal também, por que não?!
Portanto, a substituição não é um pensamento periférico, desconexo, isolado, dicotomizado, fatorado, possui uma linearidade, uma dialogicidade com o externo, o externo é um campo de estímulos, de várias ideias, de vários conteúdos a serem organizados com a substituição.
Analisemos estes movimento:
1. ação leve com as mãos;
2. passos largos; e
3. rolar no chão.
Não podemos fazer substituições isoladas como (1) um passarinho feliz, (2) um gigante apressado e (3) uma bola descendo um morro, respectivamente. Todos os três movimentos precisam estar no mesmo contexto, ou seja, no mesmo plano de substituição. Vejamos outro exemplo:
Os três movimentos num contexto de amor platônico, poderiam organizar-se respectivamente em (1) tocar o rosto do amado à distância, (2) correr atrás dele sem que ele perceba, (3) odiar-se por não conseguir alcançá-lo.
Podemos perceber que todas as ações foram inseridas num só contexto, ou seja, numa só substituição. O enquadramento interno abarca toda uma sequência de ações de determinado universo.
Por fim, foi pontuado na aula a respeito de a substituição ou as outras ferramentas do treinamento quando utilizados no campo de visão imprimirem diferentes figuras faciais em cada um. Achei o comentário muito feliz, porque no campo de visão quase sempre não é possível ver a expressão do líder, então, temos de enquadrar a nossa verdade e não se esquecer que se trata de uma ação orgânica em que todo o corpo está inserido, portanto, as expressões faciais também carecem de ser alimentadas com esse encapsulamento interno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário